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Suzano: O que ficou de reflexão um ano depois?

  • Foto do escritor: thesidearticles
    thesidearticles
  • 12 de mar. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 12 de mar. de 2020

Hoje, 13 março de 2020, o Brasil lembra o trágico massacre ocorrido na escola Raul Brasil, em Suzano, quando dois jovens invadiram o estabelecimento e mataram 7 pessoas antes de se suicidarem friamente, O tio de um dos assassinos também faleceu ao ser baleado pelo sobrinho no local onde trabalhava.

Os dois atiradores eram Guilherme Taucci Monteiro de 17 anos e Luiz Henrique de Castro de 25, ambos amigos de infância, vizinhos e fanáticos por armas e jogos violentos, como relataram muitos conhecidos.

Um ano depois a pergunta ainda permanece, O que levou esses dois jovens a cometerem esse crime tão chocante? Tiro a conclusão de que o amor ao sites Gore, Darkweb, Guns lover e a própria TCC (comunidade que estuda crimes/massacres em escolas além da vida de assassinos em massa) foi uma possível influência, porém se levarmos em consideração a vida do atirador mais novo e seu desejo de colocar para fora todo o seu rancor e ódio, também já bastava como uma possível razão para a barbaridade. Pouca coisa sabemos sobre Luiz Henrique, o atirador mais velho responsável por financiar a maior parte dos materiais utilizados no ataque, o que que nos leva a entender é que por tamanha ingenuidade, consideração e até receio do companheiro, ele topou participar da chacina já que pessoas próximas ao rapaz relataram que ele era quieto e "tinha uma mentalidade de um garoto de 15 anos", talvez até um distúbio psicológico entraria para essa lista de motivos e diferente do amigo, Luiz era mais reservado e não se exibia com armas.

Outra coisa que gera dúvidas era o conteúdo encontrado no caderno de Guilherme, o que realmente ele queria dizer com tantos desenhos e mensagens subliminares? por que o levou para o cenário do crime? Bom, o material foi analizado porém pouco se discutiu sobre e isso fez com que as pessoas se perguntassem o que de fato havia nas entrelinhas de cada página desse caderno.

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Adolescente acende uma vela em homenagem às vítimas do massacre

foto: Divulgação/ veja


Em setembro do ano passado, a polícia aceitou divulgar outras imagens de dentro da escola Raul Brasil na qual mostraram momentos de pânico durante e após o ataque, no vídeo em questão podemos fazer uma cronometragem entre o início do tiroteio e a chegada da PM que levou ao suicídio dos dois assassinos, no entanto outras imagens que poderiam ser mais importantes para montarmos o quebra cabeça do que se passou lá dentro não foram apresentadas ao público, talvez por motivos éticos também, acredito que ao longo da semana liberarão outras filmagens já que a escola possui mais de 14 câmeras, inclusive no CEL ( centro de línguas ).

No mesmo mês, o inquérito do caso foi fechado, 3 homens forem presos suspeitos de venderem a arma e as munições para os dois criminosos, o adolescente apreendido que foi indiciado por ser um dos mentores do atentado teve a internação decretada e os familiares das vítimas ainda estavam sendo indenizados, todos os sobreviventes receberam tratamento psicológico porém nem todos seguiram com o procedimento. Foi concluído basicamente o que já sabíamos sobre o crime e sobre os dois assassinos, Luiz Henrique além de autor é considerado vítima fatal de Guilherme e foi indiciado por somente uma morte, a necrópsia de ambos não apresentou qualquer vestígio de substância química no corpo dos meninos, o que indica que nem Guilherme e nem Luiz consumiram qualquer tipo de droga antes da chacina e que em detrimento do ataque, a escola estadual iria passar por uma reforma completa já que muito antes do ocorrido, pais, alunos e funcionários já cobravam uma mudança nessa que é considera uma das instituições mais tradicionais da cidade de Suzano.

Atualmente a reforma na Raul Brasil ainda está em andamento e o prazo de entrega será somente em abril, contrariando o que o então Secretário da educação, Rossieli Soares, prometeu de entregar tudo antes do massacre completar um ano. A mudança da instituição inclui um novo centro de línguas, quadra, sala para leitura, um novo local para a secretaria e também uma pintura, à partir de abril, quem precisar ir na diretoria, fazer uma matrícula ou pegar qualquer coisa, terá que passar por um portão especial fora das dependências da escola e rondas escolares serão feitas no mínimo três vezes por semana pois agora, segurança é o foco número um dos moradores e dos pais da região.

Até lá aguardaremos novos desdobramentos do novo cenário escolar, dos novos alunos, dos novos sorrisos que ali passarão e também das histórias que serão contadas de quem um dia viveu tanto terror dentro de um espaço que deveria ser sagrado para a educação, os sobreviventes ainda carregam na memória o luto daquele 13 de março e também de uma lembrança que os acompanhará para o resto de suas vidas. Doloroso pensarmos em tudo o que aconteceu e como, afinal, o tempo passou tão rápido e descobrimos também tantas outras coisas, mas fica a reflexão para quem imagina que existe uma, duas, mil soluções para destruir um problema oculto e muitas vezes inesperado, sabemos que a Raul Brasil não será a última, infelizmente, mas uma coisa é certa, não será o impedimento de sites e jogos violentos ou debates incansáveis sobre Bullying que evitará um massacre como o de Suzano, cada pessoa tem um motivo para realizar atos brutais, não devemos nos prender a idéia de que atiradores sempre terão uma única razão para cometerem esses crimes bárbaros pórem a segurança pública e escolar é uma das poucas saídas que temos para fazer das escolas e das universidades um espaço de conforto e tranquilidade para os nossos jovens.


por: Lybia Abaaoud/ Beatriz D'angelo



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