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Crise na Ucrânia: "Tudo indica que o conflito já começou e Moscou foi quem deu a largada"

Nos últimos dias as tensões entre Rússia, Ucrânia e União Européia só vem aumentando e o mundo assiste estagnado a escalada de conflito entre os dois países que até 30 anos atrás formavam o bloco comunista da URSS. Todos se perguntam se o imprevisível presidente russo, Vladmir Putin, irá atacar o país diretamente ou se até mesmo o risco de armamentos nucleares serem utilizados pode ser levado a sério nas mesas de negociação.


Desde o início de Dezembro passado, Moscou vem fazendo reuniões com chefes de estado do mundo todo para discutir a crise na vizinha ucrânia e para não mergulhar de vez em um caminho sem volta. Hoje cedo (28) foi a vez de Putin se reunir com o presidente da França, Emmanuel Macron, que pelo visto dispensou o apoio russo nas fronteiras e cedeu apoio a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em uma possível ofensiva contra os rebeldes. Franceses, Ingleses e alemães se esforçam para buscar soluções para a crise, mas não descartam a possibilidade de colocar seus exércitos em território ucraniano para combater as tropas russas.


Mas nada disso retira o fato de que o conflito que todos temiam acontecer, já está em curso e há muito tempo, desde 2014, quando a Rússia anexou formalmente a Criméia e injetou 100 mil soldados no sul da Ucrânia para combater o futuro governo de Kiev. No entanto, o conflito que estamos assistindo passivamente (ou não) acontece de maneira "cinzenta", como os russos chamam, ou seja, indiretamente, já que enquanto a população civil dorme e a mídia tira a região de foco, soldados de ambos os lados partem para as trincheiras e se enfrentam mortalmente com direito a sequestros, uso de armas proibidas internacionalmente e planejamento de ataques terroristas contra alvos específicos.


Sim, tudo indica que o conflito já começou e Moscou foi quem deu a largada. Mas o Kremlin procurou ser discreto ao desviar as atenções de sua guerra na mídia internacional, Putin colocou os seus chefes e ministros para negociarem com outros políticos europeus e darem entrevistas sugerindo uma possível trégua na região, mas a fogueira já estava acesa na vizinha ucrânia.


Especialistas dizem que caso o conflito venha a se tornar direto, ou seja, uma guerra civil, o exército ucraniano logicamente não teria as mesmas chances e proporções de enfrentar um corpo militar tão poderoso quanto o da sua "mãe" vermelha, muito provavelmente os soldados marchariam em direção à fronteira Bielorrussa e de lá, tentariam uma nova ofensiva contra os russos. Satélites e tecnologia de ponta já estão sendo utilizados para monitorar a movimentação dos militares de Putin na região da Criméia, essa é uma maneira eficiente para os ucranianos protegerem sua população no momento, mas isso não tira a preocupação do governo de Kiev.


Há pouco mais de uma semana, a ucrânia também vem sofrendo com ataques cibernéticos, hackers derrubaram vários sites do governo ucraniano e a internet no país parou por algumas horas, Moscou negou a participação no ultraje. O Reino Unido "afirmou" que tinha provas contra o Kremlin, mas é o mesmo país que mantém espiões cibernéticos para vigiar os russos e suas atividades militares.


O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse nesta sexta-feira (28) que deseja que a diplomacia prevaleça, e “não a guerra”, depois que os Estados Unidos pediram à Rússia que “volte à mesa de negociações” e não invada a Ucrânia.


“Se depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas tampouco vamos permitir que nossos interesses sejam grosseiramente ultrajados, ignorados”, frisou.


militares russos articularam uma doutrina sofisticada que vê a guerra e a paz como um continuum onde diferentes ferramentas são aplicadas em diferentes estágios, às vezes em sequência, às vezes juntos, embora com o mesmo objetivo estratégico. E, em última análise, é por isso que o conflito já começou. A única questão é quão longe na "zona cinzenta" o presidente Putin está disposto a ir.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo


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