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Sheik Jarrah: a disputa judicial que causou uma onda de violência entre árabes e israelenses

Nas últimas semanas, a mídia voltou toda a sua atenção ao conflito que tira o sono de muita gente, o conflito entre palestinos e israelenses, porém, desta vez com um novo foco, a região de Sheik Jarrah, palco da polêmica mais recente e que ameaça diariamente a possibilidade de um novo êxodo.


Sheik Jarrah sempre foi uma cidade habitada por judeus, muçulmanos e cristãos, assim como em toda a palestina, eles viviam pacificamente até o primeiro desentendimento entre os moradores da região em 1896, quando um massivo grupo de judeus pertencentes as etinias Sefaradi e Ashkenazis (russos) migraram para a pequena vila por uma questão religiosa, ali estava o túmulo de um importante rabino chamado Shimon Hatzadik.


Mas foi em 1967 que as tensões aumentaram quando a Jordânia passou a dominar o território que até então não tinha reivindicação de nenhuma outra nação e um grande número de famílias palestinas, judias e islâmicas, abandonaram suas casas e fugiram para o lado oeste da cidade, a jerusálem israelense. A cidade, já bem menos povoada, passou então para o domínio do exército de Israel e as leis da nova constituição foram alteradas para que algumas famílias refugiadas na região recebessem indenização do governo e obtivessem mais direitos, ai que começa o real problema.


A maior parte das famílias indenizadas eram apenas judeus colonos, ou seja, judeus que tivessem servido o exército do "novo estado", recém criado pela ONU, e aqueles que não compactuassem com o reconhecimento de Israel, isso foi visto como uma atitude injusta e criminosa por parte da nova corte e criticado por muitos países na época, porém, nada se resolveu e essa parte da história deste conflito ficou esquecida até o começo de maio deste ano.


Judeus recém chegados a Israel se sentiram no direito de ir para Sheik Jarrah reivindicar casas abandonadas por famílias palestinas e ainda tirar alguns moradores que ali restaram para habitarem a vila, isso gerou uma perplexidade e um medo de um novo êxodo na região, precisando de intervenção do exército israelense, que como sempre, chegou na cidade utilizando métodos violentos e tirando a força famílias de suas casas, casas que estavam em seus nomes.


Autoridades palestinas, o grupo Hamas e alguns militantes entraram na disputa e exigiram de imediato a autorização da corte israelense para não permitir a invasão de casas habitadas em Sheik Jarrah por colonos e deixar a região livre para os palestinos já que ela está localizada na parte oriental da cidade (parte árabe), no entanto, o pedido não foi atendido e o exército continuou suas ações desumanas na cidade, chamando a atenção até mesmo de governos ocidentais que defendiam a paz entre os dois estados.


Rapidamente um conflito pelos ares começou e atualmente, quem se enfrenta são as forças israelenses com seu poderio bélico gigantesco, sempre patrocinado pelos americanos, e o grupo Hamas, partido político islâmico da palestina e governantes da região de Gaza. O Hamas é visto pelo ocidente como um grupo terrorista por promover ataques de defesa contra Israel e não permitir uma interferência direta dos colonos na região oriental da Palestina.


É necessário se informar muito sobre esse conflito que parece ser tão recente para algumas pessoas e tão duradouro para outras, que sentiram na pele o que é viver mais de setenta anos sob o domínio de um estado genocída e que sempre usa de suas barbaridades para justificar o injustificável. O lado palestino hoje tem quatro vezes mais mortos que o lado israelense, já que nem exército a palestina tem e as únicas armas que são usadas para combater os sionistas (exército israelense) são paus, pedras, estilingues e o próprio grito, pois a voz desse povo está sendo finalmente escutada por quem sabe o significado da palavra "justiça", seja no ocidente, seja no oriente.



Antes de 1948, a população de Sheik Jarrah e de toda a palestina era composta por diversas etinias e religiões. Na foto acima um árabe muçulmano à esquerda e dois judeus ortodoxos à direita, os três amigos e vizinhos.

Fonte: Pinterest



Por: Beatriz D'angelo/Lybia Abaaoud


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