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Qassem Soleimani: o general que livrou o Oriente médio do terrorismo e do imperialismo

Apesar de ter sido pouco conhecido entre os ocidentais e principalmente pela mídia que insiste em o colocar sob uma posição negativa, o general iraniano que há um ano foi morto em um ataque aéreo dos EUA no Iraque, foi um dos pioneiros na luta contra grupos extremistas na região e é considerado o general mais importante da história do Irã, sendo o número dois do governo dos aiatolás e, caso estivesse vivo, ganharia a honraria de "embaixador da paz" por vários motivos.


Com fama de carismático e visto como um rígido general, Soleimani ganhou os holofotes ainda nos anos 90, quando foi nomeado para liderar as chamadas "forças Al Quds", a guarda revolucionária do Irã, que tinha como objetivos administrar operações no exterior para armar milícias que deveriam lutar contra grupos que na época era comandado por Osama Bin Laden e financiado descaradamente pelos americanos, onde tudo tivera início na guerra do golfo. Soleimani treinava essas milícias para que elas pudesem resistir aos invasores sionistas e expulsar os americanos do Iraque e dos países árabes, um deles, a Palestina, teve sucesso.


Com o tempo, os pequenos grupos treinados por ele e pelo seu país, o Irã, foram crescendo e adotando outros propósitos, tais como proteger grupos minoritários do oriente médio que estavam sendo perseguidos pelo ISIS ( o Estado Islâmico ), grupos como cristãos, judeus, armênios, curdos, drusos e até xiitas. O Iraniano também foi visto como protagonista nas frentes de combate durante a primavera árabe que ameaçou o presidente da Síria Bashar Al Assad e o Líbio Muammar Gadaffi, ambos apoiados pelo regime de Teerã, Soleimani dava amplo apoio à esses comandantes e incentivava a população local a resistir contra a pressão americana e Inglesa para tirarem esses presidentes do poder, isso à base de golpes, como foi o caso da Líbia em 2011.


O correspondente da rede britânica BBC, Lyse Doucet, afirmou em uma entrevista que:

"Soleimani era o verdadeiro ministro das relações exteriores do Irã em questões de guerra e paz, sempre convocado quando o assunto era resolver algum problema grave na região e apoiar os mais fracos, como é o caso do povo palestino que sofre nas mãos de Israel. Ele é considerado o principal arquiteto da guerra do presidente Bashar al-Assad na Síria, do conflito em curso no Iraque, da luta contra o Estado Islâmico e de muitas outras batalhas".


Ao longo de toda a sua vida militar, Qassem Soleimani ajudou os muçulmanos xiitas a resistirem durante o governo do ditador Saddam Hussein, no Iraque, que tinha como objetivo perseguir e assassinar xiitas. Ele também aceitou a ajuda de países como Rússia e China para socorrer a economia dos países árabes que foi devastada após o início da onda de protestos e do levante ocorridos em 2011, o que foi algo favorável apenas de início para essas nações e ponto de partida para a influência dos russos na região.


Em 3 de janeiro de 2020, na madrugada de uma sexta feira, O general Soleimani e integrantes das Forças de Mobilização Popular do Iraque, milícia apoiada pelo Irã, estavam deixando o aeroporto de Bagdá em dois carros quando foram atingidos por um ataque de drone dos EUA perto de uma área de cargas, segundo relatos da imprensa americana, o atentado havia sido meticulosamente planejado e executado com o apoio de Israel.


Vários mísseis teriam atingido o comboio, e acredita-se que pelo menos cinco pessoas tenham morrido no ataque.


A Guarda Revolucionária do Irã informou que o líder das Forças de Mobilização Popular do Iraque, Abu Mahdi al-Muhandis, estava entre os mortos.


O Pentágono justificou, em comunicado, o ataque:


"Sob a ordem do presidente, os militares dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger os americanos no exterior, matando Qasem Soleimani", dizia um trecho da nota.


Houve, claro, uma grande reação no governo de Teerã e em poucas horas, o conflito entre os dois inimigos (desde 1979) já estava escalado, preocupando o mundo já que também ambos os países mantém um forte exército e armas nucleares. Tudo por sorte "terminou" bem, no entanto, a tensão entre as duas nações ainda segue e o que serve de ponte entre as relações desses dois são as potências mundiais e também a ONU.


O fato é, que Qassem Soleimani entrou para a memória não só de Iranianos e Iraquianos mas também de várias pessoas ao redor do mundo como alguém que cobrava paz e justiça onde quer que fosse, não só no Oriente médio. O mundo havia perdido uma figura de tolerância e coragem, que enfrentava os piores terroristas cara a cara e por terra, sem, as vezes, os recursos que mais o ajudaria naquela situação. Se o mundo soubesse quem de fato havia sido Soleimani, então vários gostariam de ser como ele, e lutar sobre a memória dele, protegendo a todos sem ver a quem e preservando os princípios básicos da ética e até mesmo, da guerra.


Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo



Materiais de apoio:


Para saber mais:


* https://www.politize.com.br/primavera-arabe/ ( o que foi e qual o significado da primavera árabe? )


* sugestão de leitura - A revolução Iraniana, de Osvaldo Coggiola:

Em uma região conturbada desde tempos imemoriais, o Irã da segunda metade do século XX honra a tradição e abriga situação explosiva: uma monarquia, auto intitulada herdeira dos vetustos imperadores persas, debate-se, espremida entre a autocracia, a corrupção e os anseios modernizadores. Completando o quadro dramático, a presença crescente do fundamentalismo islâmico e a não disfarçada intervenção das potências ocidentais – sempre obcecadas pelas enormes reservas petrolíferas do país – acarretam a tensão geopolítica prenunciadora de típicos cenários contemporâneos. A "revolução dos aiatolás" é, assim, exemplar. Mais do que conflito localizado, é fruto das variáveis definidoras de nossa época e expõe os perigos e os desafios que enfrentamos, no entanto, que trouxe efeitos também negativos para o Irã, um deles, a ditadura.


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