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Por que assistir "Os 7 de Chicago"?

Indicado ao Oscar de melhor filme de 2020, o longa do diretor Aaron Sorkin retrata o drama dos sete ativistas norte americanos que foram injustamente presos por protestarem contra a guerra no Vietnã, em uma tentativa de fazer com que o governo na época respeitasse a vontade dos jovens que não queriam se alistar e serem enviados para morrer em um conflito puramente ideológico. O filme se concentra no que seria um dos maiores julgamentos da história dos EUA e conta com grandes nomes em seu elenco, tais como o do britânico Eddie Redmayne, Mark Rylance e Sacha Baron Cohen, que levou a estatueta de melhor ator na premiação de semana passada.


O filme não aborda sobre o contexto em que se encontra aquele julgamento, que dura mais de 120 dias e não aponta clareza ao acusarem os réus de tentativa de "desestabilização" da ordem estadual, uma vez que o mundo vivia a chamada guerra fria naquele período, o diretor achou melhor focar somente na parte do julgamento e não citando que na verdade, aqueles sete jovens estavam envolvidos com movimentos progressistas que era contra a injusta invasão americana em guerras externas e sua política violenta contra todos aqueles que teciam críticas as ações do exército e da polícia. Sorkin acertou ao tratar de um tema tão sensível utilizando o humor e, em alguns momentos, abusando do entretenimento.


A parte técnica do filme é ótima, tendo em vista que se trata de um período entre o fim dos anos 60 e início dos anos 70, as vestimentas entregam muito bem essa época, a maquiagem é bem feita e a roteirização é sensacional, visando todos os detalhes daqueles dias fatídicos que viveram os estados unidos e alternando entre passado e presente, já que os réus não passam vinte e quatro horas dentro de um tribunal comentando suas acusações. A atuação de todos é simplesmente fantástica.


Vale muito a pena assistir o filme que já está disponível no catálogo da Netflix e permaneceu em alta por uma semana após a nomeação do longa no Oscar deste ano. É surpreendente o fato dos sete terem tomado rumos tão diferentes após o julgamento e é possível observar o quanto o próprio governo americano fez descaso com seus crimes mundo afora e o quão falaciosa era sua propaganda na época, que vendia uma falsa imagem de país da liberdade, dos bons costumes e da justiça, algo que perdia o sentido quando o assunto era "ativismo".


O QUE FOI A GUERRA NO VIETNÃ?


Para efeito rápido de contextualização, A Guerra do Vietnã aconteceu entre 1959 e 1975 e foi um conflito entre os dois governos estabelecidos que lutavam pela unificação do país sob sua liderança. O conflito no Vietnã iniciou-se poucos anos depois de um primeiro conflito ter se encerrado: a guerra da Indochina.


Durante esse conflito, que aconteceu entre 1946 e 1954, vietnamitas (em geral, comunistas) lutaram contra o domínio colonial francês na Indochina Francesa – colônia da França que agrupava Vietnã, Laos e Camboja. Depois desse guerra, o Vietnã garantiu sua independência em duas entidades ideologicamente distintas.


A independência vietnamita foi estabelecida durante a Conferência de Genebra, em 1954, na qual foi definido também que o Vietnã seria dividido em duas nações distintas. O Vietnã do Norte, de orientação comunista, seria governado por Ho Chi Minh e teria Hanói como capital. Já o Vietnã do Sul seria governado por Bao Dai (substituído por Ngo Diem Dinh em 1955) e teria Saigon como capital. Cada governo seria apoiado por União Soviética e Estados Unidos, respectivamente.


Como a tensão entre os dois governos estava alta, o governo de Ho Chi Minh convocou milhares de guerrilheiros comunistas no Sul do Vietnã a rebelarem-se contra o governo de Diem Dinh. Assim, inúmeros ataques começaram a acontecer e levaram ao início da guerra em 1959. O governo do Norte construiu uma série de estradas ligando o norte ao sul para dar suporte aos guerrilheiros, conhecidos como vietcongues.


Imagens da violência dos combates, como os que aconteceram durante a Ofesiva do Tet (ataques organizados pelos vietcongues contra algumas cidades no Vietnã do Sul), e o crescimento no número de soldados americanos mortos levaram a intensos protestos nos Estados Unidos pelo fim da guerra. Esses protestos eram organizados, principalmente, pelos movimentos de contracultura.


Esses fatores pressionaram o presidente Richard Nixon a negociar um cessar-fogo com o governo do Vietnã do Norte. Esse acordo foi assinado no dia 27 de janeiro de 1973 e oficializou a saída dos Estados Unidos da Guerra do Vietnã. O exército americano teve 58 mil soldados mortos nessa guerra.


A saída dos Estados Unidos da guerra intensificou o enfraquecimento do Vietnã do Sul, que, em 1973, era governado por Nguyen Van Thieu. Com a saída americana, as forças comunistas iniciaram ofensivas que resultaram na conquista da cidade de Saigon, em 1975, e na derrubada do governo sul-vietnamita. Isso pôs fim ao conflito, e o Vietnã foi unificado e governado pelos comunistas a partir de 1976.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo


Fontes:



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