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O acordo do século: Por que essa decisão absurda causará ainda mais sofrimento ao povo Palestino?

  • Foto do escritor: thesidearticles
    thesidearticles
  • 2 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

No último dia 1 ( quarta feira ), os EUA e o governo Israelense colocaram em prática o chamado "acordo do século" que seria nada mais nada menos do que oferecer esses "direitos" catastróficos à Israel e agora, de uma maneira definitiva:

  • Colonizarem mais 30% dos territórios Palestinos, incluindo a Cisjordânia e o sul da Palestina

  • Construírem mais aeroportos e um porto gigante na cidade de Jerusalém, obrigando os árabes a pagarem pela utilização dos mesmos

  • Desmilitarizarem a população Palestina e ganharem cada vez mais material bélico de última geração dos americanos

  • Impedir para sempre o retorno de refugiados às suas casas e famílias.

  • Terem ainda mais controle de escolas, universidades, empregos e VIDA que deveriam ser dos Palestinos, eternos habitantes e nativos daquele Estado.

Esse acordo, considerado justamente por muitos como um desrespeito (novamente) ao espaço e bem estar do povo Palestino, foi sancionado pelo presidente americano, Donald Trump e o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no último mês de junho, tendo apoio de poucos países e a desaprovação de muitos, que têm a profunda consciência de que Israel viola os direitos internacionais desde 1948, quando iniciou sua limpeza étnica nos territórios árabes.

O acordo prevê também a soberania de um estado unicamente Judaíco, ou seja, sem nenhum reconhecimento de que Cristãos, Drusos, muçulmanos, entre outros povos, também fazem parte daquele território e sempre estiveram alí. Mas tenho certeza de que se fosse o contrário, muitos nacionalistas e defensores do exército imperialista de Israel diriam que os Palestinos estariam estabelecendo uma campanha terrorista para "aniquilarem toda a população não islâmica" daquele Estado e para isso, realizariam inúmeros ataques terroristas na região..... Pasmem, mas é a verdade, basta verificarem os comentários em páginas que defendem a causa árabe e divulgaram a notícia do acordo.

No segundo dia de cumprimento do acordo, jovens Palestinos foram às ruas em algumas cidades que ( por enquanto ) ainda são de autonomia árabe e protestaram contra a presença Israelense. Houveram prisões por parte dos militares e em meio ao protesto pacífico, um manifestante foi agredido:


A parte mais preocupante desse acordo, é a situação dos refugiados palestinos que ainda não conseguiram retornar à suas casas e nem sequer têm notícias de suas famílias. Segundo Netanyahu, os militares Israelenses continuaram nas fronteiras da Síria, do Líbano e da Jordânia ( países com um grande número de refugiados palestinos na região ) e irão trasnferir seus assentamentos para lá, o que significa que quem habitará nas fronteiras serão somente os cidadãos judeus ou quem têm algum parente no exército Israelense.

Claro que a história não para por aí, atualmente no mundo, existem cerca de 12 milhões de refugiados Palestinos, 5 milhões apenas no Oriente Médio, a maioria vive em campos e sem acesso a qualquer tipo de ajuda básica, muitas crianças crescem com um pai ou uma mãe presos ( ou mortos ), sem qualquer instrução ( muitos são analfabetos ), os estupros dentro desses campos são constantes e quando um refugiado tenta recorrer a alguma ajuda estrangeira, é rechaçado ou continua a viver na miséria.

As relações entre Palestina e EUA seguem tensas e sem previsão de melhora, todos os laços econômicos e acordos internacionais foram cortados em dezembro de 2017, quando os americanos tomaram a decisão de transferirem a embaixada deles para Jerusalém e reconheceram dissimuladamente Al Quds ( Jerusalém ) como "a capital indivisível de Israel", negando qualquer tipo de importância que a cidade também tem para o povo Palestino e de outras religiões que alí vivem.

A conclusão que posso tirar é que a palavra PAZ já foi arrancada a muito tempo do vocabulário dos Israelenses e dos Palestinos, imagina o que é viver por anos decentemente em uma casa, em uma boa escola, ter uma profissão tranquilamente, ficar ao lado da sua família, frequentar lugares sem ser revistado ou mal encarado?.... parece tão óbvio para nós mas para o povo da Palestina, isso é mais do que um sonho. Eu não teria coragem de dizer que esse acordo traria uma só vantagem ao povo árabe, reconheço e respeito a luta do povo Palestino e entendo o quanto seria importante a mídia e o ativismo ocidental valorizá-la mais. Diria que esse "acordo" não é do século, mas é o acordo da vergonha e da opressão eterna de um povo.

Deixo abaixo links de entrevistas e canais para o leitor seguir e entender mais o quão grave é esse acordo e por que a luta pela causa palestina é tão relevante.



Por:

Lybia Abaaoud/ Beatriz D'angelo



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