Na última sexta feira (15) a capital amazonense mostrou ao mundo a situação dramática de seus hospitais e ambulatórios. Em questão de horas, os cilindros de oxigênio acabaram e os leitos dos hospitais públicos ficaram esgotados, a cidade já não estava mais dando conta de tantos pacientes infectados.
Até o momento, o estado do amazonas registrou 6123 mortes por Covid-19 e os relatos preocupantes de alguns enfermeiros são de que, devido a falta de equipamentos de saúde, eles estavam optando pela "ventilação manual", que são impulsionados por uma bombinha de borracha apertada com as mãos, conectada por canais até chegar ao paciente em uma máscara facial ou em tubos inseridos em sua traqueia. Alguns médicos até mesmo confirmaram que durante os primeiros meses de pandemia no brasil, os profissionais de saúde se revezavam para realizar esse tipo de procedimento que exigia um esforço para salvar o paciente.
Após as festas de fim de ano, o números de casos em manaus voltou a subir e a cidade vive novamente um pico desesperador de internações, a maioria dos doentes não resiste e morre, porém não necessariamente pela Covid e sim por falta de equipamentos básicos como o cilindro de oxigênio. Depois das imagens de desespero que rodaram o mundo, onde pessoas imploravam por esses materiais (que deveriam ser fornecidos pelo governo), muitos se mobilizaram para arrecadar dinheiro e enviar os cilindros para o Amazonas, essa foi a chamada "operação oxigênio", que teve até mesmo apoio de outros estados brasileiros para conter a crise no norte.
O caso de manaus chama a atenção para um problema grande no nosso paÃs que é o descaso com a pandemia e a falta de organização, desde os primeiros meses, para conter o alastramento da doença. Enquanto outros paÃses debatem novas medidas de isolamento e começam a vacinar suas populações, o governo brasileiro nem comenta sobre essas possibilidades. o presidente Jair Bolsonaro ofereceu condolências à s famÃlias das vÃtimas e chamou a situação de "desesperadora" mas não fez nada para evitar essa situação no começo. Ele poderia muito bem preparar os profissionais de saúde para realizar os atendimentos aos pacientes mais graves, não propagar notÃcias falsas sobre o coronavÃrus, dar um jeito no nosso (precário) sistema de saúde público e também não colocar vidas abaixo da economia porque o brasil não foi o único impactado pela crise.
É muito fácil colocar a culpa na incapacidade de governar um paÃs tão grande e problemático como o nosso mas quem escolhe ser presidente precisa arcar com essas responsabilidades ao invés de ficar em Live o dia todo e aparecer nadando em uma praia lotada, terreno fértil para daqui seis meses, colocarmos o pé na marca de 3000 mortos.
Os governos que colocaram o negacionismo e a ideologia polÃtica acima da pandemia, são os que mais sofreram com a crise e não escaparam das ferrenhas crÃticas da organização mundial de saúde. O brasil está a um passo de sofrer sanções da comunidade internacional e mesmo assim o jeito, segundo bolsonaro, é aplicar cloroquina nos pacientes que tudo se resolve.
No sábado, dia 16, China, Venezuela e Cuba afirmaram que ajudarão o brasil enviando cilindros de oxigênio e outros materiais de saúde para conter o desespero que já tomou conta do estado amazonense essa semana. o curioso é que foram os paÃses socialistas, onde todos nós sabemos que o sistema de saúde é referência no mundo (isso não dá para negar) se ofereceram para ajudar os brasileiros neste momento tão difÃcil que estamos vivendo, aqui vemos como a diplomacia sempre fala mais alto e como ideologias polÃticas são o que menos precisamos agora.
Se o nosso governo se mobilizasse mais e as pessoas tivessem bom senso, não estarÃamos no meio desse furacão por tanto tempo, é absurdo como nem da segunda onda saÃmos. Enquanto isso vemos festas rolando, baladas e praias lotadas e gente afirmando que "não precisamos mais usar máscara" porque eles acreditam que a pandemia já não afeta todo mundo. Não adianta também ficarmos apedrejando somente nosso governo ruim se não fizermos a nossa parte, nos empenharmos para vencer essa crise que está matando dezenas todos os dias.
Para saber mais:
Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo.