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Israel e países árabes: Como os EUA conseguiu aproximar nações inimigas e afastar antigos aliados?

Em setembro desse ano, enquanto alguns comemoravam o "fim" de uma rivalidade histórica entre árabes e judeus, os palestinos e os defensores de sua causa ficaram mais uma vez indignados com o acordo que pode colocá-los ainda mais no buraco. Como se não bastasse o "acordo do século" lá em julho, agora os eternos pertencentes àquela terra terão que arcar novamente com o imperialismo sionista, com a falta de direitos básicos e também com a dependência, cada vez maior, do estado israelense.

O novo acordo prevê uma aproximação maior da diplomacia entre os Estados do Golfo, como o Bahrein e Emirados árabes unidos e o governo de Israel, que por sua vez, agora será reconhecido por esses países e como "recompensa", eles poderão até comprar caças americanos, materiais bélicos e se comprometerem militarmente com os Israelenses em caso de uma "guerra".

Não é novidade que quem mais perde com essa aproximação absurda são os palestinos e também o Irã, que está conseguindo cada vez mais se tornar uma super potência na região ( e claro, inimigo ferrenho de Israel ), esses dois povos, mas especialmente os árabes, se vêem acuados por uma nova escalada de tensão, uma possível intifada e também um back nas economias locais, uma vez que agora a Arábia saudita, Israel e Turquia, todos aliados dos estados unidos, controlam todo o tipo de exportação e importação que chega ao Oriente médio, já que também são países ricos e seu maior trabalho, é sempre estar prejudicando os povos árabes e criando monstros (facções terroristas como por exemplo o ISIS). Já quem mais ganha com esse novo acordo são sem dúvidas os americanos que pretendem aumentar de uma vez por todas, sua influência naquela região histórica. Para fechar seu governo com chave de ouro e mostrar ao mundo sua "extrema bondade", Donald Trump quer deixar o seu legado como o "Presidente que selou a paz entre árabes e judeus e combateu a pandemia nos EUA como ninguém mais faria".

Com o fracasso das guerras no Iraque, no Afeganistão e na Síria, onde os EUA não obteram sucesso senão períodos terríveis de miséria e desespero como consequência, a idéia de isolar a Palestina e os estados árabes que a apoiam já foi tirada do papel e a prova disso começou em 2017, ainda no governo Trump, quando Jerusalém foi oficialmente reconhecida como a "eterna capital" do povo de Israel e a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, foi realizada. Agora, um passo preciso que poderia fazer dos senhores da guerra uma super influência regional no O.M é a reviravolta das relações que os países islâmicos mantém com o Irã, antigo aliado dos EUA mas agora um inimigo mortal. Se os próximos presidentes americanos tomarem as mesmas atitudes de Donald Trump e rivalizar essas nações contra o governo Iraniano, então poderiamos dizer que aquela região já estaria dominada pelo Imperialismo ocidental e os povos árabes não estariam seguros de forma alguma.



Essa imagem é da antiga embaixada americana em Teerã, capital Iraniana, e acredite... ela está fechada desde 1979 e a possibilidade dos americanos a reabrirem por lá, é quase zero.

Fonte: Atta kenare/AFP


A foto acima já foi reproduzida em vários veículos ocidentais e até em capas de livros, causando uma enorme indignação nos americanos por se considerarem uma "ameaça" inexplicável aos Iranianos, porém a nova lei nos EUA, em vigor desde 2017, que não permite de maneira alguma a entrada de Iranianos, refugiados e alguns povos no país chocou muito menos as mídias e as pessoas daqui, inclusive a separação autorizada pelo governo de famílias que vieram fugindo da guerra e da fome ocasionadas pela ganância das super potências.

Dinheiro e acordo algum compra a paz de um povo, mas a incoerência e o petróleo sim, esses se deixam vender para uma paz quase que inexistente entre rivais de longa data. Acredito em uma melhora de relações econômicas e diplomáticas entre árabes e judeus mas não em um quase esquecimento desse conflito terrível, uma vez que sempre haverá interesses por parte dos sionistas de quererem dominar, mesmo que indiretamente, aquele povo, seja através de armas, de prisões injustas, por terra, por mar, pelos ares e sempre se escondendo atrás da tão linda e simbólica, estrela de Davi. O problema desses acordos, que logo serão esquecidos e desrespeitados novamente, é a falta de sinceridade e inclusão do mais atingido nesse conflito todo, é a falta de compreensão para com um povo que sofre desde muito tempo e agora, mal pode ser incluído em um plano que diz respeito a eles próprios.. é tão fácil perceber as táticas que usam para exterminar o Estado da Palestina mas ao mesmo tempo, é tão difícil enxergar que por trás dessas mesmas tentativas, existe algo que supera todas essas brigas e cruéis expectativas por anos.. a Resistência de um povo histórico.


Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo


Materiais para entender mais sobre esse novo acordo "diplomático":


* https://www.youtube.com/watch?v=RGxvUQDpGFY (Quem ganha e quem perde com o acordo histórico entre Israel e os países do Golfo - BBCnews Brasil)


* https://www.monitordooriente.com/20200901-acordo-entre-israel-e-emirados-nao-torna-a-ocupacao-aceitavel-enfatiza-hamas/ (Resistência palestina enfatiza sua preocupação com os novos acordos entre países árabes e Israel)



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