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Haiti: Presidente assassinado, crise política avançando e agora, um país em estado de sítio

Na madrugada desta quarta feira (07), o presidente Haitiano Jovenel Moise, foi assassinado a tiros dentro de sua residência na capital do país, Porto Príncipe. Sua esposa, Martine Moise, também foi baleada mas conseguiu ser socorrida e levada às pressas ao hospital. Um comunicado divulgado por várias embaixadas do Haiti no exterior aponta que o ataque foi cometido por pessoas não identificadas, e que muitas delas “falavam em espanhol”. Um dos filhos do presidente testemunhou o ataque, mas saiu ileso.


Algumas horas atrás, o ministro interino do país afirmou que a polícia e o exército já estão investigando o atentado e cuidando da segurança nas fronteiras, o Haiti agora passa a ser considerado um estado de sítio, onde as forças armadas são colocadas como fiadoras máximas na segurança nacional. O risco de novos ataques é iminente.


Jovenel Moise tinha 53 anos, era casado e tinha filhos. Se formou em Ciências da Educação na faculdade de Quisqueya, em Porto Príncipe, era empresário e entrou para a política em 2015, pelo partido direitista Tèt kale (PHTK). O político venceu o primeiro turno das eleições nacionais com 32% dos votos mas foi acusado de fraude pelo seu antigo adversário, Jude Celestin. Começou então um período incerto em que o país ficou sem presidente a partir do fim do mandato de Michel Martelly, em 7 de fevereiro de 2016.

Meses depois, autoridades eleitorais invalidaram os resultados e os eleitores foram novamente convocados a votar em 9 de outubro daquele ano. Porém, a passagem do furacão Mattew dias antes da votação deixou quase 900 mortos e forçou seu adiamento novamente.


Em novembro de 2016, Jovenel Moïse foi declarado vitorioso nas eleições presidenciais do Haiti no primeiro turno, com 55,60% dos votos. Duas semanas antes de sua posse, em 7 de fevereiro de 2017, depôs à Justiça sobre um processo por lavagem de dinheiro, resultado de uma investigação iniciada em 2013, quando rejeitou todas as acusações.



Jovenel Moise

Fonte: AFP


O Haiti é o país mais pobre do continente americano somando um PIB anual de apenas 14 Bilhões; a efeito de comparação, o Brasil tem uma cotação anual de 1,84 Trilhões de reais, o país mais rico do mundo, EUA, soma 21 trilhões anualmente, mesmo com os efeitos desastrosos da pandemia, países desenvolvidos e subdesenvolvidos ainda conseguem se manter na média anual da economia externa, o Haiti não.


O país tem apenas 53% de sua população de 11 milhões de habitantes alfabetizada e sofre com crises políticas, econômicas, desastres naturais e baixa infraestrutura. A falta de segurança também é um problema alarmante, Moise havia solicitado pouco antes de morrer, apoio internacional para conter gangues armadas que promovem sequestros, estupros e assassinatos em massa nas áreas urbanas do país, Pelo menos seis estrangeiros foram sequestrados, elevando o total para 20 no primeiro semestre de 2021.


Muito provavelmente no fim deste ano, eleições legislativas acontecerão e uma nova constituição poderá ser reescrita, até o fim desta semana, o aeroporto das cidades haitianas permanecerão fechados. O assassinato de Jovenel Moise fez líderes mundiais e chefes de estado se solidarizarem com o povo haitiano e pedir mais segurança para esse país devastado.


A constituição Haitiana estabelece que um governo deve ter um mandato de no máximo cinco anos, Moisel se recusou a deixar o cargo em fevereiro deste ano e começou a enfrentar diversas ameaças de morte por parte de seus adversários que o acusavam de corrupção e de querer transformar o país em uma ditadura. Uma onda de protestos levou milhares de pessoas às ruas de Porto Príncipe e um referendo teve que ser aprovado para setembro deste ano, quando Moise, se estivesse vivo, deveria assinar para se retirar do cargo. Tudo indica que grupos de oposição ligados à guerrilhas latino americanas tenham tido uma participação no atentado ao, agora, ex presidente do Haiti.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo


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