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Esporte e liberdade: Por que os uniformes femininos se tornaram motivo de discussão nas olimpíadas?

Em abril deste ano, a seleção norueguesa feminina de vôlei foi multada após optar jogar uma partida de shorts e regata ao invés dos tradicionais biquínis e publicaram o acontecimento humilhante nas redes sociais. Em poucas horas, a notícia já havia se espalhado e virou alvo de protestos e iniciativas para que durante os jogos olímpicos de Tóquio, mulheres vestissem roupas mais cumpridas ao praticarem esportes onde o foco não deveria ser sua estética.


Não há nenhuma regra que impeça que atletas pratiquem determinados esportes com calças e blusas de mangas, inclusive essa discussão se tornou ainda mais fervorosa na Rio 2016, quando algumas esportistas jogaram cobertas por motivos religiosos, inclusive no próprio vôlei. Enquanto isso, vemos atletas masculinos optando por jogarem de camisa e bermudas confortáveis sem algum problema aparente e sem que sua estética seja levada em consideração e isso foi um dos motivos que entrou no debate nas últimas semanas, quando os jogos haviam começado no Japão.


A alemã, Sarah Voss, lidera o time de mulheres atletas que romperam com a tradição de usar Collants cavados e apertados e aderiram aos uniformes mais cumpridos, além de claro, darem um show nos palcos com suas apresentações artísticas, mostrando para todos que ali o que vale ser mostrado é o profissionalismo das ginastas, dando um basta na sexualização de corpos femininos. A campanha fez com que outras mulheres esportistas aderissem a nova iniciativa e contar sua história de orgulho com o esporte nas redes sociais com a hashtag Its my choice, dando um novo rumo também ao debate sobre liberdade individual.



Atletas de outras modalidades, países e competições aprovaram e até aderiram ao collant longo e fechado

FONTE: Getty Images


Quando falamos sobre bem estar e emponderamento, devemos lembrar que isso não está relacionado diretamente a roupa que as mulheres usam, mas sim ao fato dela se sentir confortável e confiante com aquilo, o que não aconteceu com as jogadoras norueguesas multadas por quererem usar um simples shorts. Vestir roupas curtas ou longas faz parte do estilo e do bem estar individual de cada mulher, o problema é quando isso vira motivo de recreação por parte do sexo masculino e uma discussão desnecessária dentro de um ambiente profissional e, principalmente, esportivo.


Isso não se configura em um caso isolado, a liberdade feminina e individual sempre foi motivo de debates, tanto que mulheres só puderam passar a usar trajes de banhos mais curtos após os anos 50, biquínis no brasil então? apenas nos anos 80, quando a ditadura militar havia acabado e quando passou a ser mais aceitável perante a sociedade ainda conservadora. É necessário ter muita luta e voz ativa pela frente, porém é confortante saber que não estamos sozinhas e que muitas já começaram a se dar conta de algumas "exigências" que parecem ser tão naturais para nós ainda.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo


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