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Eleições nos EUA: A ameaça Republicana à democracia Estadunidense

Na noite da última quinta feira (05) o Republicano Donald Trump fez um discurso ao vivo da Casa branca dizendo que "os votos legais (em apoio a ele) deveriam ser contados primeiro para garantir uma vitória fácil para ele e seu partido, e que o sistema de contagem de votos estava sendo fraudado pelos Democratas". Assim que seguiu com o seu discurso, o atual presidente dos EUA teve a sua fala cortada por alguns instantes por veículos como NBC, CBS e ABC, que optaram por não causar "mais caos" entre a população que já estava com os nervos a flor da pele aguardando o resultado desde terça feira (03).

Até o momento, o resultado das eleições não foi oficialmente divulgado, porém já se sabe que a possibilidade da vitória do democrata Joe Biden, é alta e os americanos já se contentam com quem irá os governar pelos próximos quatro anos.

Para entender como funciona o processo para eleger um presidente nos estados unidos, acesse o link abaixo feito pela rede BBCnews:


O partido de Donald Trump, o Republicano, um dos mais importantes do país, já afirmou essa semana que, caso o presidente perca a eleição, eles entrarão na justiça para processar os colégios eleitorais e também dar um fim a suprema corte, o que é algo inconstitucional em uma nação democrática e fere os princípios do Estado de Direito, uma vez que a SC é quem decide parte dos projetos de Lei nas cidades americanas e quem ajuda a colocar um presidente no cargo, o que está acontecendo neste exato momento. O

homem mais jovem a ocupar um cargo de representantes na delegação americana foi eleito pelo partido de Trump, ele se chama Madison Cawthorn, tem 25 anos e representará os Republicanos na Carolina do Norte, estado onde o presidente venceu nas eleições desse ano. Cawthorn é rodeado de polêmicas, desde processos por racismo e injuria racial, até por suas postagens de cunho extremista nas redes sociais. No twitter, ele se declara como "Defensor dos valores e da moral americana".

É importante frisar que uma das marcas do governo Trump foi atacar severamente a imprensa e, qualquer crítica feita a ele, era rotulada pelo mesmo como "fake news". É óbvio que em uma democracia, a primeira pedra arremessada é em direção aos jornalistas, a quem trabalha dia e noite para levar informações precisas ao público e muitas vezes quem até ajuda um presidente a ocupar um cargo, dependendo do viés do veículo, porém é a primeira vítima também quando chega período de eleições, escândalos e catástrofes. Trump não media palavras para chamar os repórteres do The New York Times de "mentirosos" em plena coletiva de imprensa e mandar seus apoiadores espalharem notícias falsas sobre a vida pessoal de seus jornalistas mais críticos. Não é muito diferente do que vem acontecendo no Brasil de Bolsonaro, especialmente quando se diz respeito às jornalistas mulheres.

Na Alemanha de Adolf Hitler, livros que defendiam a liberdade de expressão, de imprensa e os valores do Estado Laico, eram queimados na fogueira, na União Soviética de Joseph Stalin, quem publicasse qualquer notícia que denunciasse corrupção no governo ou desse opinião sobre a economia que não ia bem, era enviado imediatamente aos Gulags (campos de trabalho forçado russo), não à toa o revolucionário León Trotsky teve sua vida ceifada por "falar demais" em um país em que se pensava menos, na Ditadura militar brasileira, receitas de bolo eram publicadas em cima de matérias que falasse sobre racismo, feminicídio e violência, pois segundo os militares, nosso país era o verdadeiro "paraíso na terra" e coisas desse tipo não aconteciam por aqui, na Turquia de Recep Erdogan, falar sobre a tentativa de "golpe" que o ditador quase sofreu em 2016, é motivo para prisões e torturas de jornalistas, uma vez que quem ousaria querer tirar aquele pobre e honesto homem do poder em plena "ascensão econômica e política" naquele país. Os exemplos citados demonstram o quanto defender as bases de um Estado democrático e de livre imprensa são importantes não só para o bem estar social mas também para um pleno desenvolvimento de uma nação, pode perceber que em países como Suécia, Nova Zelândia, Finlândia, Portugal e Alemanha, considerados um dos países mais ricos e avançados do mundo em termos políticos, os comunicadores são livres para publicarem ETICAMENTE aquilo que interessa a população em geral e dá margem para o povo saber aquilo que está se passando de bom ou de ruim no governo que eles ajudaram a eleger.



Quando algum manifestante era preso em seus comícios ou quando alguma pergunta instigasse a fúria do presidente Trump, ele mesmo mandava seus apoiadores xingarem a imprensa.

Fonte: G1


Ficou claro que sem democracia, não é possível se fazer um bom jornalismo, porém essa comparação que resolvi fazer hoje foi como um desabafo após as acusações absurdas de Trump em plena corrida eleitoral e também pela falta de respeito de políticos com a mesma ideologia que a dele, com os jornalistas. De nada adianta esperarmos um bom governo quando o governante não se posiciona ao lado do povo, ao lado da liberdade deles. Não há como esperar que de uma hora para outra, Trump reverta o seu "complexo de vira lata" e fique bonzinho pelos próximos quatro anos, dirigindo um país que hoje, é o epicentro da pandemia de COVID-19, seguindo a linha do Brasil, em que o negacionismo e o obscurantismo levou o país a decadência moral, cívica e a demência política, onde defender o uso da cloroquina, o terraplanismo e a ameaça do comunismo se tornou algo comum em um governo dito "Pacífico" e onde quem apoia esse tipo de coisa se auto denomina "cidadão de bem". Mudar isso é como esperar que um dia o Sol esfrie, é impossível até de imaginarmos mas a mudança, como já falei, começa pelo povo, começa pela conscientização de que votar é importante e propagar fatos e não mentiras é algo ético e devido. O fim disso tudo veremos no fim de cada mandato político, na eficácia de um país em um combate a alguma doença/epidemia, em tempos de crises econômicas e políticas e também na diplomacia, algo que assim como a democracia, está sendo colocado em cheque por aqueles que amam flertar com o autoritarismo moderno.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo

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