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Economia: Quais impactos a COVID-19 causará mundialmente?

Nos dois primeiros meses de 2020, três indicadores econômicos da China registraram quedas de dois dígitos, com recordes históricos, conforme divulgado pelo Escritório Nacional de Estatística ainda no mês de março.

A produção industrial (que mede as atividades de manufatura, mineração e serviços públicos) caiu 13,5% no comparativo anual, a primeira contração desde janeiro de 1990. Analistas esperavam uma queda de 3% nesse indicador.

As vendas no varejo, um indicador-chave do estado do consumo na segunda economia mundial, caíram 20,5% em relação ao ano anterior, o maior declínio da série histórica. O mercado falava em uma queda de 4%.

Já os investimentos em ativos fixos, despesas com itens que incluem infraestrutura, propriedades, máquinas e equipamentos, tiveram uma queda de 24,5% no período, outra redução recorde, e seis vezes mais do que alguns analistas previam.

Não é novidade para ninguém que a china teve que arcar com muitas dívidas externas, além de ter tido o seu setor de turismo e exportação altamente afetados, o país ainda terá que se responsabilizar em pagar os custos gerados pela pandemia ao FMI (fundo monetário internacional). Na visão de alguns especialistas, não serão somente os chineses que irão sentir esse peso causado pela nova doença, mas principalmente os mercados Brasileiro, americano e Europeu, os maiores compradores e consumidores de produtos chineses. No ano passado, a economia chinesa cresceu 6,1%, sua menor taxa em três décadas. Porém, o governo insistiu que, apesar da pandemia, seus objetivos de desenvolvimento econômico e social podem ser alcançados neste ano. O que vemos é uma satisfação da OMS em relação as propostas tomadas pelo partido comunista porém uma esperança para reacender a economia asiática a curto prazo, é uma outra coisa, completamente diferente e que vai além de pesquisas feitas por grandes economistas.

Logo no início da crise, percebemos o quanto nós e o mundo dependemos da indústria mundial e de produção chinesa, Muitas companhias tiveram suas produções prejudicadas depois que a China começou a enfrentar problemas por conta do vírus. Empresários de países como Alemanha, Coreia do Sul, Japão, Itália, França e até os Estados Unidos, notaram a dificuldade que passariam daquele momento em diante para adquirir peças e outros itens produzidos pelos chineses, Um exemplo disso é aqui no Brasil, onde dependemos de materiais para produzir roupas e calçados, que no caso, tudo vem da China, em países europeus, onde a tecnologia balança o mercado, a Renault e a Apple tiveram que suspender as suas atividades na Coréia do sul (país que também foi muito afetado no começo da pandemia) e passaram por cortes consideráveis em suas produções.

Nesse exato momento em que esse post está sendo escrito, as bolsas de valores da Europa fecharam em grande queda, coisa nunca vista desde a inesperada crise de 2008, que pegou até mesmo o FMI de surpresa. Os europeus já esperam uma profunda recessão ao menos até o início do próximo ano. Dados divulgados mais cedo mostraram que as atividades empresariais na zona do euro recuaram severamente em março, com vários analistas prevendo leituras piores, já que a maioria das economias da região interrompeu a rotina para conter a propagação do vírus. Com mais de 1 milhão de pessoas agora infectadas em todo o mundo e com países estendendo os isolamentos nacionais, economistas esperam que o PIB real da área do euro encolha até 43% no segundo trimestre. Também nesse exato momento, o Euro já bate a marca de 5,70 em comparação ao real brasileiro.

Aqui no Brasil, bancos e consultorias voltaram a revisar para baixo as projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e parte dos analistas dá como certa uma retração da atividade, o que não ocorre desde 2016. Para a maioria deles,a dúvida já é de qual vai ser o tamanho da queda, já que não sabemos quando essa pandemia terá um fim ou ao menos uma trégua.

Parte da população brasileira está isolada em casa, o comércio baixou suas portas e as fábricas tiveram que interromper suas atividades e demitir alguns de seus funcionários, o resultado disso, é nada mais, nada menos, do que a pior crise de desemprego que o Brasil já enfrentou na sua história. Ainda estamos sentindo os efeitos..



Acima, um pequeno infográfico para mostrar quais setores serão mais ou menos afetados na economia.

fonte: Gazeta do povo



Segundo o jornal espanhol El País, grandes crises como a gripe espanhola, o "crash" da bolsa financeira em 2008 e agora, a pandemia do novo coronavírus, trazem impactos muito profundos não só na economia mas também na sociedade de países atingidos. A ansiedade das pessoas vem aumentando, a pressão em relação aos trabalhadores que perderam seus empregos por conta do surto, as famílias que foram devastadas pela doença, os cemitérios quase que lotados de leitos por pessoas que foram vencidas pela doença e também o despreparo de alguns governos que mal sabem cuidar da própria economia. A inflação que nos espera não será nada moderada, nossos mercados financeiros seguirão em recessão quase que absoluta ( lembrando que ainda estamos enfrentando o pico da pandemia ) e também chegamos à um ponto em que o próprio banco central do nosso país decretou perdas irrecuperáveis, tudo isso em tão pouco tempo, que particularmente custo a acreditar que até mesmo a longo prazo sentiremos menos o golpe que tomamos nesse ano. Talvez fiquemos apenas com a certeza de que aprendemos a sentir o peso de uma epidemia ( ou pandemia ) e muitas das vezes, nem o mais poderoso "senhor econômico" pode se resguardar do caos provocado por um vilão invisível. Porém, também ficamos com a incerteza de um preparo físico e emocional para seguir adiante após tanto desespero. A economia valeria mais do que um milhão de vidas perdidas até agora?



Por: Lybia abaaoud/Beatriz D'angelo


Materiais de apoio:

*Gazeta do povo/infográficocoronavírus

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