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Cuba: As transformações políticas e econômicas durante o novo governo Díaz-Canel

Há duas semanas, o oitavo congresso realizado pelo Partido Comunista Cubano elegeu o atual presidente Miguel Díaz-Canel como comandante geral do birô político de cuba. Toda essa cerimônia aconteceu a portas fechadas e deu fim a Era Castro, que perdurava desde a revolução no país em 1959.


Assim que foi eleito primeiro secretário do PCC, Díaz-Canel garantiu que Raúl Castro “vai continuar presente” e vai continuar a ser “consultado” sobre as “decisões estratégicas para o futuro da nação”. O exército irá fazer parte da tomada de decisões mais importantes do país e Cuba seguirá sendo uma ilha uni partidária, sustentada por uma economia planificada, onde o Estado e a empresa estatal continuarão a ocupar o lugar preponderante.


Um dos objetivos da realização desse congresso não foi apenas uma ordem do então líder Raul Castro para eleger o novo representante do partido, mas também para anunciar algumas mudanças na ilha e um certo limite imposto no relatório geral político para o setor privado. Vale lembrar que a maior parte das empresas e dos serviços em cuba ainda são estatais e o estado controla a maior parte dos lucros gerados para serem repartidos de uma maneira considerada justa e igualitária para todos.


Agora, quem é Miguel Díaz?


Bem, se perguntarmos para a maioria dos cubanos, eles dirão que Miguel é “el hombre” por sua proximidade com o povo, pelo impacto deixado no período como primeiro secretário do partido na região de Villa Clara e pela sua ativa presença como vice-presidente nas catástrofes seguidas a furacões como o Matthew, em 2016. Muitos cidadãos colecionam boas lembranças de Miguel Diaz por conta de sua agenda humanitária no país.


O presidente tem 61 anos, é ex operário de uma usina mecânica e é militante do partido comunista desde 1993. Desde lá, defendeu como suas pautas, o direito ao aborto, a garantia de mais direito às mulheres cubanas, defende abertamente até hoje o casamento homoafetivo e demonstra uma postura mais "amigável" em relação aos rivais capitalistas do norte. Diaz segue uma linha menos tradicional do socialismo e aposta no modelo Castrista na ilha, não à toa, conquistou rápido a confiança de Raul Castro que o indicou em 2018 para o cargo de presidente da nação. O comunista tem atualmente 90% de aprovação entre os cubanos.



Miguel Díaz é de origem espanhola, aliado fiel de Moscou e o primeiro presidente cubano a nascer após a revolução de 59.



Devido a sua referência em saúde e educação na américa latina, Cuba vive um dilema. O país se saiu muito bem no combate a pandemia de coronavírus, enviou médicos para vários países, porém não consegue conter a crise econômica ocasionada pelas sanções implementadas pelos EUA, inclusive cada vez mais duras. Os cubanos teriam que abrir mão de toda a sua conquista nos ramos de medicina e universitários para se adequar a um mercado liberalista e sempre subordinado aos interesses norte americanos, algo que deveria ser impensável em um país que segue uma lógica socialista, como é o caso de Cuba.


Alguns economistas acreditam que mesmo o bastião do partido dominante sendo passado para Díaz, a crise na ilha irá continuar devido a recusa do governo de permitir que empresários privados contribuam para o desenvolvimento do país e substitua o modelo socialista pelo liberalismo econômico. No entanto, muitos defensores do sistema ideológico cubano afirmam que Raul Castro foi pragmático ao criticar o excesso de burocracia no partido e a parcimônia das mudanças necessárias, sem citar por exemplo, os problemas estruturais que cuba enfrenta atualmente, como a pobreza nas grandes cidades.


Talvez para uma melhora na situação, é necessário uma manobra no governo cubano para frear o baque das sanções contra o país, uma aproximação leve e limitada com o novo presidente americano e uma tentativa de fortalecer o sistema socialista sem precisar abrir mão do bem estar social e principalmente, respeitando o legado Castrista em um continente cercado pela dominação do imperialismo moderno, onde cuba é um dos poucos países que resistem.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo


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