Cova América: Enquanto o país bate 465 mil mortos, o foco será um mês de torneio futebolístico
- thesidearticles
- 2 de jun. de 2021
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Nesta segunda feira (31), os brasileiros tiveram a notícia de que, ao invés de termos obtido sucesso na vacinação e na contenção da pandemia, o governo federal havia aceitado a proposta da CONMEBOL para sediar a copa américa que acontecerá entre os meses de junho e julho deste ano, aqui em algumas capitais brasileiras.
O torneio esportivo era para ter acontecido em Junho de 2020 mas acabou sendo adiado por conta da pandemia de Coronavírus, de início, os países escolhidos para sediar a copa seria Argentina e Colômbia. Devido a onda de protestos na capital colombiana, Bogotá, e da falta de ineficiência no controle da pandemia na vizinha Argentina, os governos de ambas as nações decidiram cancelar as partidas e a CONMEBOL (Confederação Sul Americana de Futebol), passou a bola literalmente para o Brasil, fazendo o governo de Jair Bolsonaro aceitar imediatamente o pedido mas negando durante doze meses a entrada e produção de vacinas contra a COVID-19 aqui no país.
Ainda não há decisão sobre os locais dos jogos, apenas as possíveis datas de início e encerramento: a abertura seria no dia 13 de junho e a final no dia 10 de julho. Muitos jogadores da nossa seleção criticaram, e com razão, a decisão tanto da CBF quanto da própria CONMEBOL de escolherem justo o país que mais está sofrendo com os impactos da pandemia a sediar uma copa que poderia muito bem ser adiada ou ter outro lugar como sede.
No momento em que Jair Bolsonaro vem adotando uma postura nada delicada com as famílias que perderam seus entes por uma doença que já deveria estar sendo enfrentada, e recusando ofertas de vacinas de fora, essa "novidade" já não surpreende mais nenhum cidadão cético que ainda tem esperanças nesse país, no momento em que leitos de hospitais privados e públicos estão lotados e pessoas se aglomerando como se essa fase terrível já tivesse passado e toda a turma da direita se reunindo para ver o Messiar passear de moto pelas ruas, a luta pela democracia e pelo bom senso vem deixando de ser uma melhor opção para ser algo de extrema relevância e importância neste momento.
Realmente valeria a pena arriscar uma população inteira, ou o que ainda sobrou dela, para arcar com um mês de fama externa, passar uma imagem favorável para os países que já saíram da crise há um bom tempo e ainda para tentar acelerar uma economia em decadência? Não seria o Paulo Guedes uma boa opção para nos ajudar a sair dessa? Bem, era o que muitos escutavam durante as campanhas presidenciais de 2018, mas cadê isso agora, na prática? Uma pena estarmos tão mau expostos lá fora em tão pouco tempo.
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