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China: Quais lições podemos aprender com o gigante comunista?

Em Dezembro do ano passado, a China já havia registrado alguns casos da nova doença causada pelo Coronavírus, pacientes com febre alta, pneumonia e problemas respiratórios graves foram sendo imediatamente atendidos.

Os meses foram passando e quando a pandemia começou a tomar conta do continente Europeu e do Brasil, os casos na china foram diminuindo aos poucos, causando estranhamento na OMS já que o país até então estava no auge da contaminação. Estima se que cerca de 3.300 pessoas tenham morrido e outras 82 mil continuam infectadas, isso em um país com 1,3 bilhões de habitantes. Mas, como esse gigante conseguiu conter uma pandemia tão letal como a Covid-19 em tão pouco tempo?

Vamos lembrar que antes mesmo da Itália e de alguns países da Europa decretarem estado de emergência e quarentena obrigatória, o partido comunista chinês já havia alertado a OMS sobre a doença e que esta poderia se espalhar muito rápido pelos países do ocidente, uma vez que ainda no início de Fevereiro, muitos Chineses haviam viajado para o exterior em decorrência do feriado de ano novo lunar. A OMS não divulgou o alerta, acreditando ser só "mais um problema para a china resolver", pois o surto havia começado lá, os alertas foram chegando até que nos primeiros dias de março, a Europa já se encontrava em uma situação catastrófica, vendo seus hospitais lotados de pacientes e suas ruas vazias, porém já era tarde demais, ainda em março, vimos o presidente Brasileiro fazer suas visitinhas aos seus apoiadores e ministros sem qualquer tipo de cuidado já que ele acredita se tratar apenas de uma "gripezinha". Até o momento em que esse post está sendo escrito, já temos 136 mortes confirmadas no Brasil por conta da Covid-19.

Logo que o surto começou, o governo chinês não alertou de imediato a população já que sabia que se tratava de uma possível epidemia, o pânico tomaria conta dos chineses e também a economia sofreria um Back de imediato, no entanto não teve jeito, quando a situação fugiu do controle, o partido comunista solicitou a presença de todos os médicos e infectologistas do país nos hospitais de Wuhan, onde tudo começou, a tarefa deles, era medir a temperatura de todos os pacientes suspeitos e isolar os confirmados em quartos separados já que se estes ficassem em casa, a família toda poderia ser infectada. A china construíu em apenas 11 dias um hospital para receber os doentes (ainda no auge da pandemia), fez seus médicos trabalharem dia e noite para obterem resultados positivos, fechou escolas, cinemas, lojas e pediu para que todos os seus cidadãos trabalhassem em casa, se possível, as normas foram atendidas e isso tranquilizou o governo, já que feito isso, o outro e talvez mais grave problema, seria lidar com a economia em queda. Os chineses sentiram isso como um soco no estômago, esse gigante comunista já não seria mais o mesmo, ainda não é, no entanto vemos uma atitude muito mais interessante que pode ser destacada entre eles, a de ação contra o vírus e a responsabilidade assumida pelo partido comunista durante a crise.

O presidente Xi Jinping, em entrevistas, nunca negou que falhou de início ao esconder o número de casos em Wuhan, mas pela preocupação de manchar a imagem de uma super potência econômica, ele não hesitou em deslocar médicos até de fora para conter o avanço do vírus e não precisou cortar os gastos de nenhum trabalhador para pagar o salário extra desses médicos, ou heróis, que se dedicaram dia e noite para cuidar dos pacientes, Xi Jinping usou um fundo de garatia do próprio partido para remunerar esses trabalhadores e ainda prometeu acelerar o pagamento das dívidas externas, que claro, a china teve que arcar devido as altas perdas no setor de turismo e exportação.

Xi Jinping ainda se arriscou visitando hospitais no país inteiro que recebia pacientes infectados, especialmente os idosos, ele, diferente de alguns chefes de estado, usou máscara, não teve nenhum tipo de contato físico com os funcionários e fez questão de checar se todos os equipamentos estavam funcionando para garantir a segurança dos que estão enfrentando o vírus longe de casa.

No fim do mês de março, poucos dias depois do governo decretar o fim do estado de emergência no país e a queda de casos positivos, o partido comunista homenageou os médicos que participaram da operação, os pacientes que foram curados e também liberou a volta de alguns estrangeiros aos seus países de origem, no entanto, as fronteiras da china continuam fechadas por segurança e por medo de uma segunda onda de contaminação.


Um viajante chega ao aeroporto Pudong, em Xangai. foto: Hector Retamal / AFP


No Brasil, a quarentena foi decretada há três semanas, enquanto o primeiro registro de infectados começou a subir em 28 de fevereiro, temos um presidente que quer a todo custo acreditar que isso não é uma preocupação necessária, que o coronavírus não merece a devida atenção já que é só uma "gripezinha" e me parece que a economia nesse momento é mais importante que a vida de 209 milhões de pessoas ( população brasileira atual ). Muitos Brasileiros estão respeitando o isolamento social mas ainda vemos gente caminhando em parques, tomando sol na praia e idosos na fila de supermercados quando estes sabem que correm um risco muito maior de serem infectados.

A China nunca deixou qualquer doente morrer na fila de um hospital ou sequer se queixou da falta de médicos no país, lá, trabalhadores em situação informal por algum motivo não precisa se preocupar com a falta de emprego durante uma pandemia como essa, uma vez que o governo dá aval para remunerar ele em algum outro serviço e de CASA, estoque de comida, papel higiênico ou produtos básicos não precisam faltar graças ao egoísmo da população mas claro, tudo é racionado para evitar caos.

Do lado de cá, vemos as potências capitalistas em uma luta contra o tempo para achar uma vacina que possa curar a Covid-19, mas vemos um contraste impressionante de como é um atendimento em hospitais públicos e em hospitais privados para pacientes, não preciso nem falar onde temos mais mortes, né? Aqui, vemos empresários obrigando funcionários a trabalhar, sem o minímo de dignidade, para ele se deleitar no "Home office", já que a única preocupação dele é quando que os filhos irão voltar para a escola, enquanto o trabalhador da classe baixa/operária, se preocupa se vai ou não se infectar no trabalho e se vai ou não receber o devido salário no final do mês.

Do lado de lá, vemos o contraste de um gigante comunista, aquele que não hesitou em erguer seu martelo para subir hospitais e leitos, que não hesitou em erguer sua foice para reacelerar a economia perdida e que não hesitou em erguer sua bandeira vermelha para mostrar que é possível se vencer uma doença invisível, sem apagar uma ideologia e sem assassinar uma população por ignorância.



Por: Lybia Abaaoud/ Beatriz D'angelo

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