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Chile: Retorno da democracia marca a vitória de Gabriel Boric, líder da esquerda no país

No último domingo (19), o Chile comemorou a vitória do mais jovem presidente da história do país e da América Latina, Gabriel Boric Font, de apenas 35 anos e ex líder do movimento estudantil chileno.


A disputa que foi antecipada com violentos protestos, marchas prolongadas e reformas na constituição, desde o início de 2019, teve de um lado o direitista Antonio Kast, da Frente Social Cristã, e o próprio Boric, que integra o Convergência Social, na ala da esquerda. No fim da noite, com 99% das urnas apuradas, o resultado era o que muitos já esperavam, 44% dos votos para Kast e Boric com 55%, uma vitória de 11 pontos percentuais que abriu caminho para o futuro do Chile, mas não aquele de 30 anos atrás.


Em suas primeiras declarações, na noite das eleições, o ex-líder estudantil disse que "a esperança venceu o medo" e se mostrou disposto a dialogar com diferentes setores durante o seu governo. Prometeu dar mais espaço para as minorias, especialmente para as mulheres, além de combater ferozmente a corrupção e a impunidade que se instaurou no chile durante os anos de chumbo.


Apoiadores de Boric saem às ruas para comemorarem a vitória do candidato no último dia 19. O novo presidente se mostra aberto para as minorias e disposto para o diálogo com seus adversários.

Fonte: Martin Bernetti/AFP



Desde o início de sua campanha, Boric tem como pauta o combate a desigualdade social, ao tráfico de drogas e planeja fazer uma reforma no sistema de previdência social do país. Ele quer implementar um "sistema público", mas para isso, irá precisar de um longo acordo nacional para resolver um problema que ainda causa uma grande insatisfação no povo chileno, que é a aposentadoria.


Como um exemplo de nação que se reconstruiu das cinzas, agora o chile quer recuperar a imagem no continente americano e realizar um governo amplo, onde vários partidos (independente de ideologias) participam das decisões nacionais, acordos econômicos e das mudanças que o futuro presidente irá fazer, afinal, agora o chile é uma democracia, e em uma democracia, o povo também dirige o governo.


O desafio que o novo presidente irá encontrar nesse novo país também será na parte econômica, já que as consequências da pandemia não foram nada agradáveis para os chilenos e os Retiros (saques bancários, autorizados pelo congresso) dos fundos de pensões e dos programas sociais incentivados pelo ex presidente Pinera chegaram a quase 20% do PIB este ano, deixando o país no vermelho e na beira da inflação.


Gabriel Boric nasceu pouco antes da redemocratização do Chile, em 1990, após o fim da Era Pinochet, o general que governou o país a mão de ferro. Analistas acreditam que um presidente tão novo e tão aberto ao diálogo com a população e com a imprensa, fará do chile um país socialmente mais unido e com maior participação política popular nos próximos anos, além de incentivar a consciência política dos mais jovens, claro.


Importante lembrar também que o novo presidente é um grande crítico do governo Bolsonaro aqui do Brasil e de ditaduras brutais, sejam elas de esquerda ou militares. Apesar disso, demonstra uma grande preocupação em lutar pela causa ambiental na política externa, auxiliar na volta dos regimes de centro esquerda na américa latina, dar voz Às minorias e fazer uma reforma no setor de segurança pública do Chile, após as violentas manifestações de 2019, onde o mundo assistiu estarrecido às cenas de abuso de poder vindas de policias em Santiago, atacando e atirando de pontes, jovens que protestavam pacificamente nas ruas.


Ontem foi o Chile, mas quando será a vez do Brasil? afinal, nosso pilar democrático precisa urgentemente voltar a ser fortificado.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo.


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