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Brasil X China: os impactos políticos e econômicos deixados pelo governo Bolsonaro

Na última semana, o presidente da câmara Rodrigo Maia se encontrou com o embaixador da China no Brasil, Yang wanming. Em entrevista para alguns veículos, o magistrado informou que o assunto da reunião do G5 (união dos cinco países em desenvolvimento econômico) foi sobre a produção de insumos e vacinas contra a COVID-19 que já tem prazo para ser enviada do país asiático para cá. Maia deixará o cargo em fevereiro deste ano mas lembrou que "manter relações com os chineses é algo de suma importância para o brasil e que diferenças ideológicas não devem transformar o nosso cenário político neutro, ainda mais em um momento tão delicado que estamos vivendo".


Os problemas que estamos enfrentando agora é a concorrência do mercado externo chinês frente a economia americana e a politização das relações diplomáticas que o nosso governo tem com a china, isso desde muito tempo, uma vez que o brasil é o principal parceiro comercial dos chineses na américa latina. Porém, desde o início do governo Bolsonaro, algumas tensões foram sendo sinalizadas para um possível rompimento na nossa diplomacia.


Em 2018, o presidente viajou para Taiwan, uma república "rebelde" no sudeste asiático que está sob mandato chinês. O tour pela Ásia, feito com os filhos de Bolsonaro, gerou reação da embaixada chinesa em Brasília, que, em uma carta, afirmou ver a visita com "profunda preocupação e indignação".


"Não só afronta a soberania e integridade territorial da China, como também causa eventuais turbulências na Parceria Estratégica Global China-Brasil, na qual o intercâmbio partidário exerce um papel imprescindível."


Pouco tempo depois, ainda no seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro acusou a China de estar espionando o brasil e querendo "importar" cidadãos pertencentes ao partido comunista asiático para tentar dar um golpe de estado. À partir daí, o governo chinês passou a ficar mais esperto com as tentativas frustradas de Bolsonaro de tentar romper ligações econômicas com o país. Interessante o fato de que quando os americanos quiseram comprar parte da floresta amazônica Bolsonaro e seus ministros não cogitaram que essa idéia pudesse ser uma forma de espionar o governo brasileiro e claro, acabar com a nossa soberania.


Recentemente, as relações políticas entre brasil e china foram esfriando especialmente depois das eleições americanas, quando o governo brasileiro passou a ser isolado uma vez confirmada a vitória de Joe Biden (crítico de Bolsonaro e de sua política interna) e a retórica agressiva que os filhos do presidente passaram a ter nas redes sociais em relação aos chineses.



Após a má repercussão e acusações de xenofobia, o deputado apagou a postagem e pediu desculpas pela publicação na rede social.

fonte: R7



Apesar da relação desarmônica, China e Brasil continuaram fazendo negócios nesses últimos dois anos. Bolsonaro já se encontrou diversas vezes com o presidente da china, Xi Jing Ping, e até mesmo seu vice, Hamilton mourão, concorda que a parceria entre os dois países deve continuar de forma democrática e passiva.


Em 2020, a fatia da participação chinesa nas exportações brasileiras, aliás, bateu recorde e chegou a 34,1%, considerando os dados em valor acumulados até novembro. É o maior percentual desde 1997, quando começa a série do antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), incorporado à pasta da Economia.


O brasil é um grande aliado econômico dos chineses desde a década de 90 e a importação de matérias prima e alimentos são de extrema importância para ambas as nações, especialmente a importação de Soja e arroz. Também tem sido extremamente positivo para a balança comercial brasileira, sendo que o Brasil exporta mais para a China do que importa, fechando o ano de 2019 com um superávit de 46 bilhões de dólares, um pouco mais do que no ano seguinte, 2020.


Caso o brasil minimize cada vez mais as relações com a China, o país asiático pode encontrar parcerias de peso em outros países latino americano como a Argentina e o Uruguai, este último um aliado recente. Com a transição de governo nos EUA, os americanos também vão procurar manter boas relações socioeconômicas com os chineses e isolar cada vez mais o brasil, um problema sério nesse xadrez político chamado "a nova guerra fria".


É importante que o governo se posicione mais passivamente, dentro do contexto da pandemia ou fora dele, os brasileiros devem exprimir um pouco suas discordâncias políticas e ideológicas e apelar mais para o campo democrático e diplomático para deixarmos o título de "nação isolada e negacionista" e passarmos novamente para "o país que rejeita inimizades e é referência em saúde e diplomacia", coisa que já se foi há dez anos e mesmo assim, não a recuperamos de novo.


Materiais de apoio:


Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo.

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