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Alexei Navalny: o anti-herói de Putin

Você provavelmente só deve ter escutado esse nome recentemente na mídia e nos maiores veículos impressos do mundo, não é mesmo?

Pois bem, Alexei Navalny se tornou notícia dentro e fora da Rússia após ser envenenado dentro do avião onde voltava da Sibéria para sua cidade natal em agosto de 2020. O principal líder da oposição russa teve a própria cueca tomada por uma substância mortal conhecida como "Novichok" e levado às pressas para Alemanha. Navalny sobreviveu a tentativa de assassinato e retornou à Moscou em janeiro deste ano, onde foi preso assim que chegou.


Navalny começou o seu trabalho em 2009 como blogueiro, ele inicialmente se auto denominava um ativista pelos direitos humanos na Rússia e expunha a corrupção velada do governo de Vladmir Putin, especialmente em tempos de eleição. Vale lembrar que Putin está no poder desde 1999, oscilando oras como primeiro ministro, oras como presidente, atual cargo dele. Ele foi preso em 2011 por protestar contra a reeleição de Putin e em 2018 tentou concorrer a presidência mas foi barrado por causa de condenações anteriores de fraude em um caso que ele afirma ter sido por motivação política.


O ativista russo atualmente tem milhões de seguidores em suas redes sociais e lidera protestos que balançam o Kremilin (sede do governo) e a estabilidade do atual presidente. Navalny já sofreu várias tentativas de assassinato como em 2017, em que foi atacado com um corante antisséptico, atirado em seu rosto.


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Quando o ativista foi envenenado, foi transferido para um hospital particular na Alemanha e lá, os médicos constataram que o envenenamento ocorreu de forma discreta e tinha como objetivo não deixar rastros, uma vez que foi através de uma roupa íntima que Navalny quase perdeu a vida. Ainda em recuperação na capital alemã, ele afirmou que "não tinha dúvidas de que o próprio governo russo ordenou o envenenamento", já que outros dois cidadãos tiveram esse mesmo destino por apresentar as mesmas denúncias que ele.


Em 2006, a jornalista anti Putin, Anna Politkovskaya, foi assassinada a tiros dentro do elevador no prédio onde morava, Anna denunciava a interferência russa no conflito da Chechênia e também a corrupção que se alastrava na nação desde o fim da antiga União soviética.


O jornalista e político Vladmir Kara-Murza sofreu duas tentativas de assassinato, também por envenenamento, entre os anos de 2015 e 2017. Murza abriu um processo para investigar se o seu caso tinha ligações com o governo russo e pediu para que seu exame fosse analizado pelo FBI para poder manter provas contra Putin.


Alexei Navalny sendo preso após seu avião aterrissar em território russo.

Fonte: Sergei Ilnitsky/ EPA



Em janeiro de 2021, Navalny voltou para a Rússia, pela primeira vez desde que foi envenenado, e foi detido logo após desembarcar em Moscou. O motivo é que "ele teria violado condições de uma sentença de liberdade de anos atrás."


Depois, um tribunal de Moscou sentenciou Navalny a três anos e meio de prisão por violar as condições de uma pena suspensa, ao não se apresentar regularmente para autoridade penitenciárias.


Tudo isso, claro, não passou batido para os apoiadores de Navalny que protestaram contra a sua detenção e pediram a saída de Putin do poder, o chamando de "Tsar", antigos monarcas que se comportavam como ditadores autocratas e finalmente foram retirados do poder pelos Bolcheviques durante a revolução russa, de 1917.


Navalny ganhou apoiadores no mundo inteiro, não apenas em seu país natal, após seu caso ficar internacionalmente conhecido. seu blog pessoal e suas redes sociais foram reativados por sua equipe ainda este ano e divulgou um vídeo em que acusa Putin de manter um palácio de quase 7 bilhões de rublos russo. Navalny mostrou detalhes do palácio suspeito. Ele descreve a propriedade como tendo 39 vezes o tamanho do principado de Mônaco. A assessoria do presidente negou o fato e disse que o vídeo é altamente "entediante". o vídeo já tem mais de cem milhões de visualizações.


Em um relatório de 2020 redigido pelo RSF, repóteres sem fronteiras, que elncou os 180 países que mais restringem a liberdade de imprensa, a Rússia aparece na posição 149.

É certo que lutar por mais liberdade e por uma imprensa mais autônoma nesses países é uma tarefa díficil e exige muita paciência. Uns dizem que o governo de Putin não é exatamente uma ditadura, mas sim uma autocracia, onde ele governa quase que sozinho e não tem autoridade absoluta sob a constituição, que fora alterada pela última vez após o fim do bloco soviético. Outros dizem que a rússia vive em uma ditadura e sempre viverá pois o próprio povo está consumido pelas idéias deste ex agente da KGB (polícia secreta comunista) e são poucos os que tem coragem de sair às ruas para protestar sem ser detido ou envenenado.


Putin tem um plano ousado de permanecer de forma vitalícia no poder, e "ai" de quem tentar algo. Ativistas ou jornalistas que se aventuram em denunciar abuso de poder, violação de direitos humanos e até fraude nas urnas, precisam ficar em alerta com a própria vida. Foi se o tempo onde a URSS tentava dar liberdade para o seu povo após o fim da era mediocre do Stalinismo, agora me parece que as tentativas de conseguir liberdade estão cada vez mais afogadas nesse mar neoliberalista que afunda a Rússia desde a década de 90. É possível que Navalny continue com o seu trabalho, com a sua luta, mas talvez dentro de uma cela, quase perdendo a voz e sendo torturado por agentes secretos. Em contrapartida o povo ganha voz e se recusa permanecer nas trevas, clama pela soltura de seu ativista, por justiça, liberdade e principalmente, por revolução.



Por: Lybia abaaoud/Beatriz D'angelo.


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