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20 depois, qual impacto os atentados de 11 de Setembro causou no Afeganistão de hoje?

Há vinte anos, o mundo testemunhava o maior ataque terrorista da história acontecendo nos EUA. Poucos imaginavam que, horas depois a geopolítica mundial mudaria radicalmente e uma campanha imperialista e contra o terrorismo se intensificaria em muitos países, especialmente no Afeganistão, que na época, era controlado pelo regime talibã.


No dia 11 de Setembro de 2001, 19 terroristas da rede Al Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais, dois deles colidiram contra as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, um atingiu em cheio o Pentágono (Centro de inteligência americana) e o último, que tinha como alvo a casa branca, foi derrubado em uma área rural da Pensilvânia. Os atentados foram noticiados ao vivo e as cenas causaram impacto em todo o mundo por se tratar de uma situação nada habitual em um país do ocidente. Quase 3.000 morreram naquele fatídico dia.


Horas depois do ataque, os americanos já tinham o conhecimento de que haviam sido alvos de terrorismo externo e o comandante de toda aquela barbárie assistida era o saudita Osama Bin Laden, chefe da Al Qaeda e escondido no Afeganistão, uma vez que já sabia da sede de vingança dos EUA em capturá-lo e do regime talibã em protegê-lo.


Numa tentativa fracassada de proteger e não entregar o terrorista, os talibãs foram retaliados e os americanos bombardearam impiedosamente o Afeganistão em outubro de 2001, fazendo o regime sucumbir e Bin Laden se abrigar no vizinho Paquistão, país onde ficou escondido até a sua morte, em maio de 2001.


Até o fim dos mesmo ano, militares estadunienses e a Aliança do Norte, grupo afegão armado que combatia o talibã, já dominavam o afeganistão por terra e a população seguia sofrendo com a fome, miséria, falta de recursos básicos, e naquele momento, com o som ensurdecedor de conhões e artilharia pesada se aproximando, aquele país não dormia em paz há muito tempo.


A tal "Guerra ao Terror" imposta pelo presidente americano da época, George W. Bush, não visava somente capturar seus alvos terroristas e responsáveis pelos atentados de 11/09, mas também derrubar regimes que não agradavam a soberania imperialista americana e capturar governantes que mantinham alianças com a Rússia. A propaganda contra o mundo islâmico era vendida através de filmes, músicas, reportagens sensacionalistas e até nos livros de história em escolas americanas. Os afegãos foram os primeiros alvos dessa propaganda, não à toa, a imagem da mulher muçulmana de Burca, acompanhada do marido ao sair de casa, do homem barbudo ameaçando pessoas "civilizadas" ou segurando uma bomba, remete ao contexto histórico, político e social que o país estava vivendo naquela época, um regime de medo também.


Com o passar do tempo, as tropas americanas foram se acostumando com o território afegão e, mesmo sob a constante ameaça dos grupos extremistas dali, não dava sinais de retirada ou sequer passava segurança para a população local. A economia do país seguia fraca, a diplomacia era quase sempre deixada de lado, não havia comida e a expectativa de vida até mesmo em grandes cidades afegãs não passava dos 45.


Para efeito de curiosidades, os EUA chamaram todos esses anos em que permaneceram no Afeganistão de operação "Paz Duradoura", mesmo com relatórios comprovando a perda de mais de 3.200 combatentes americanos no país, assassinados em combates e um trilhão de dólares gastos juntamente com seus aliados (incluindo a Inglaterra) para a manutenção de tantos soldados na região.


A queda das torres gêmeas foi tão grave quanto a queda da liberdade, da soberania e do direito de formação de um estado sólido e mais democrático no Afeganistão, a derrocada do talibã permitiu apenas que os combatentes voltassem 20 anos depois ainda mais fortes e bem preparados, prometendo um discurso menos agressivo em relação aos estados unidos. O povo afegão ouviu promessas de paz e estabilidade duradouras, mas na verdade aquilo tudo foi só o começo de mais desastres, caos e um sentimento de falha nacional, enterrando mais uma vez a sua bandeira sobre os escombros de uma guerra que parecia não ter fim.


Hoje os americanos lembram os seus mortos que tiveram suas vidas ceifadas naquele terrível dia, de uma maneira totalmente inesperada. Porém, os afegãos, os iraquianos, os sírios e mais alguns outros países que passaram bons anos sofrendo nas mãos de impérios modernos e de governantes sedentos por poder, o 11/09 nunca teve fim, é como um pêndulo que oscila entre os sons da guerra e entre o silêncio de seus mortos.



Por: Lybia Abaaoud/Beatriz D'angelo

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